Espiral #102: Dossiê de novembro
Um pouco do que vivi em novembro e um pouco do que vi nos relatórios de tendências de 2024
Olá, eu sou a Lalai e essa é a Espiral, newsletter semanal dedicada a assuntos aleatórios, desde o meu dia a dia em Berlim à música, arte, cultura, inovação e literatura, além de trazer sempre dicas de assuntos que andam revirando meus sentidos. Essa traz um dossiê do que consumi em novembro, além de alguns insights para 2024, em especial sobre a Geração Z.
Trilha sonora: Natural Wonder Beauty Concept, Ana Roxanne & DJ Python
Novembro foi o meu mês mais tenebroso desde que me mudei para Berlim em 2019. O inverno ocupou dentro e fora de mim.
É a primeira vez que fico por aqui nesta época do ano desde que me mudei para a Alemanha em 3 de outubro. Fiquei dois meses na ocasião, mas foi tão corrido, com tantas coisas para organizar na nova casa e um curso intensivo de alemão em paralelo, que a estadia inicial pareceu curta demais. Um deleite, eu diria na época. Tudo era novidade; eu estava tão empolgada com a mudança que retornei ao Brasil com pesar.
Em 2020 e 2021, embarquei para o Brasil, sempre no final de novembro, retornando no fim de janeiro a tempo de curtir o CTM, um dos meus festivais de música favoritos. Os dias já voltavam a ser mais longos, o que facilita bastante o dia a dia.
Já em 2022, viajei para São Paulo em novembro, mas já estava de volta no Natal para celebrar a virada de ano em Berlim. Acreditava que precisava ter essa experiência ao menos um dia. Foi a primeira e prometi que seria a última, mas não consegui cumprir a promessa e cá estou. "Désolée, ma chérie."
O mundo ideal para a maioria dos brasileiros que conheço por aqui é conseguir passar metade do inverno, preferencialmente entre o Natal e o Carnaval, no Brasil. Dessa forma, os dias já estarão mais longos quando voltamos, estaremos no ritmo do novo ano e não terá tempo para o tédio bater na porta.
Eu falhei esse ano por incompatibilidade de agenda com o marido, mas embarco para São Paulo no dia 15 de janeiro. Há um alívio ao mesmo tempo que parece uma eternidade a chegada desse dia. Sigo esperando.
Eu me vi nesse último mês em queda livre em uma espiral maldita. Tive a sensação de que a conhecida 'depressão de inverno' me rondou, olhando-me de soslaio. Passei dias remoendo coisas que já não têm sentido, mas fiquei ali mexendo fundo no buraco como em meio à uma insônia.
O estalo de que eu estava nessa espiral veio ao ouvir o episódio "Manual Impossível da Rejeição". Nele, entendi a minha angústia e dei aquele alô para o meu 'eu' narcísico. E ele respondeu: "Transforma logo essa experiência negativa em libertação! É tudo o que você tem."
Ah, a terapia, né minha gente? Ela nos leva para tantos lugares, e nem sempre estamos prontos para eles. Eu até dei uma pausa temporária na minha para retomar o fôlego. O papel e a caneta têm sido bastante úteis, as palavras voltaram a brotar como se fosse primavera. Escrevo, escrevo, escrevo.
O caminho para dar conta do recado tem sido me obrigar a sair de casa todos os dias. Vou à academia, encontro os poucos amigos que estão na cidade, vou em shows, mesmo que tudo o que eu queira seja estar em casa, enrolada nos cobertores. Haja força! Mas aqui estou, bancando a Mulher Maravilha para sobreviver.
Descobri um fenômeno chamado 'albedo', que é a capacidade de uma superfície refletir a luz que incide sobre ela, como a neve, que possui um alto albedo, especialmente quando é nova. O resultado é que, quando neva, o dia fica mais claro, tornando os dias ensolarados ainda mais iluminados. Uma lindeza só! Por isso eu vibrava com os dias de neve, que foram muitos, mas agora a temperatura subiu e só temos chuva.
Com todo esse 'rolê deprê' que tomou conta de novembro, eu cheguei a me coroar como a rainha da procrastinação. Eu aproveitei para ler previsões astrológicas e culturais para 2024 na tentativa de acreditar que dias melhores virão. Eles vão vir.
A depressão está indo embora. Sinto-me um pouco mais contente e animada, mas sigo arrumando essa cômoda cheias de gavetas que é a minha vida para ver o que fica e o que jogo fora.
Silencio: Moritz von Oswald
Novembro foi um mês sonoro de contemplação. Frequentei a minha nova missa de audição musical às quartas-feiras, vi shows bem experimentais, mas o auge foi o lançamento ao vivo de "Silencio", do produtor alemão Moritz von Oswald. O show, acompanhado de um coral e aconteceu em uma das maiores igrejas de Berlim, a St. Thomas Kirche. Durou cerca de uma hora e meia. Confesso, foi desafiador, já que atrasou consideravelmente e o lugar estava tão frio dentro quanto fora dele.
Eu não achei nenhuma entrevista com o von Oswald, mas sei que ele passou maus bocados devido a um derrame ocorrido há cerca de 15 anos. Ficou sem andar, perdeu movimentos e encarou uma depressão. "Silencio" me soou como seu trabalho de redenção. Foi de uma beleza absurda e um dos shows que mais me tocaram no mês.
Johnny Jewel: O show mais cinematográfico do ano
Caí por acaso no show de Johnny Jewel que tocou para uma audiência pequena no Hole44, uma casa de shows em Neukölln, que eu não conhecia. Talvez você não sabe, mas provavelmente conhece Jewel. Além de ter fundado três ótimas bandas, Glass Candy, Chromatics e Desire, ele assinou diversas trilhas sonoras, como a do ótimo drama holandês “Holly”, "Drive" e "Lost River”, e é fundador do selo “Italians do it better”. Jewel é um gênio.
Ele fez sua primeira apresentação solo nos palcos do Meltdown, festival que rola em Londres e a última edição teve Christine and the Queens assinando a curadoria. E, para a minha sorte, fez esse show em Berlim, que foi uma grande viagem visual cinematográfica lynchiana analógica. Jewel apresentou boa parte de seu repertório musical e deixou a plateia bem hipnotizada. Ouso dizer que foi um dos shows que mais curti esse ano.
Palavra do Ano: Torschlusspanik
A palavra eleita pela Oxford esse ano foi anunciada agora em dezembro, mas decidi trazer para essa edição.
"Rizz", uma abreviação da palavra "carisma" (charisma em inglês) surgiu em 2021 e foi a palavra eleita de 2023. De acordo com a Oxford, a palavra 'rizz' foi escolhida por ser um exemplo interessante de como a linguagem pode ser formada, moldada e compartilhada dentro de comunidades, antes de ser adotada de maneira mais ampla. Isso reflete como as gerações mais jovens agora têm espaços, online ou não, para possuir e definir a linguagem que utilizam. Isso me lembrou esse ótimo artigo sobre “algospeak”, do
.Em maio, a Noema Mag publicou um artigo especulando sobre o futuro do carisma, explorando sua intersecção com a inteligência artificial. Essa intersecção está redefinindo a maneira como percebemos e experimentamos essa qualidade social.
A inteligência artificial tem a capacidade de analisar, criar e até imitar o carisma, indicando que essa qualidade pode ser compreendida e ensinada. Isso vai contra a ideia de que o carisma é uma qualidade inata. Além disso, a crescente influência da tecnologia em nossa interação com algoritmos e agentes virtuais está originando novas formas de carisma, levantando questões sobre como a tecnologia tem alterado a natureza e a expressão do carisma na sociedade moderna. O artigo usa o crescimento da hashtag #rizz no TikTok para especular esse futuro:
"Como multidões que sentem que um líder carismático de alguma forma compreende suas angústias e aspirações individuais, muitos usuários do TikTok experimentam um processo computacional semelhante à leitura da mente. Pessoas falam de revelações estranhas em que a curadoria de vídeos em seu feed pessoal as fez reconsiderar sua sexualidade ("Os algoritmos do TikTok sabiam que eu era bi antes mesmo de eu saber. Eu não sou a única."), radicalizar suas opiniões políticas ("Da transfobia a Ted Kaczynski: Como o algoritmo do TikTok possibilita a auto-radicalização da extrema-direita") ou reavaliar sua saúde mental ("Como devo abordar isso com meu médico? Porque sinto que, se eu disser ao TikTok que tenho TDAH, serei ridicularizado.")."
Mas por aqui a minha palavra foi "Torschlusspanik", que em alemão significa o medo de que o tempo para realizar algo esteja se esgotando. Ou literalmente, "pânico do portão se fechar": "(das) Tor" = portão + "(der) Schluss" = fechar/fechamento + "(die)Panik" = pânico/medo. Esse reel explica bem o seu significado.
Torschlusspanik descreve a ansiedade ou o medo que algumas pessoas sentem em relação ao passar do tempo e à percepção de que certas oportunidades podem estar se esgotando. E, talvez no meu caso, isso seja resultado de uma crise de idade.
E o que vem aí em 2024
Não espere um tratado sobre os movimentos que estão nos levando para 2024, mas apenas alguns assuntos que me interessam, mas não necessariamente conheço eles a fundo, como a moda. O NYTimes convidou 46 personalidades de diferentes áreas para criar uma big picture de 2024, com várias apostas batendo com alguns relatórios que já publicados.
Divago um pouco do que vi nos relatórios do TikTok, Instagram e Pinterest, somados ao que acompanhei ao longo do ano nas redes sociais e na mídia. Recomendo a leitura desses relatórios "Como a internet mudou a Geração Z"; o do Trendwatching para quem está buscando cases de referências que apontam esses movimentos, e esse com gráficos mostrando um pouco o futuro do entretenimento.
Agrupei eles e outros que passaram por aqui nesta pasta. Sinta-se à vontade para compartilhá-la.
Música: Cada vez mais artistas surgem a partir de um ‘hit’ no TikTok
A pergunta que eu faço é: Quantos deles duram mais do que uma temporada?
Um dos artigos mais interessantes que li recentemente foi sobre ter uma fórmula para o sucesso. A Wired publicou um especial sobre a 25/7, uma agência em Los Angeles focada em minorias para transformá-los em influenciadores. São estilos e perfis que ninguém mais está olhando, pessoas que inicialmente não têm o estilo que se espera de um influenciador, inclusive sem skill social, mas que é justamente essa a sua jogada de mestre.
A pessoa por trás Ursus Magana, um imigrante mexicano brilhante, que descobriu maneiras de manipular algoritmos para impulsionar a carreira dessas pessoas, seja no TikTok ou no OnlyFans, o restante é consequência.
Devido à cultura da internet e das redes sociais em que esses jovens cresceram, eles não saem, não interagem, não querem falar com as pessoas", diz Alvarado - sócio de Magana. "Eles têm medo de fazer uma ligação, têm toda essa ansiedade social. Então, sabe, a única maneira de chegar a esses tipos de pessoas é compreendê-los. E a única maneira de compreender é saber o que está realmente acontecendo em suas vidas - e o Magana, que passou por uma infância bem difícil, sabe muito bem." - Watch This Guy Work, and You’ll Finally Understand the TikTok Era
A lista de pessoas se transformando em artistas com milhares de seguidores e plays nos serviços de streaming é grande e eu nunca tinha ouvido falar sobre nenhum deles. Todos eles estouraram no TikTok a partir de uma estratégia muito bem pensada para que isso acontecesse.
Lumi Athena é um deles com quase 6 milhões de fãs no Spotify e sua a música que viralizou tem mais de 120 milhões de plays no Spotify. Entramos então na profusão de novos gêneros musicais que não existiam há um ano. Você já tinha ouvido falar sobre o "krushklub"? Ele surge como um sucessor do "hyperpop" trazendo mais influências do metal e do rock. Eu confesso: Acho difícil ouvir, mas entendo ser a preferência de uma geração.
O Wrapped do Spotify só comprovou o quanto nosso gosto musical está sendo moldado pelo algoritmo. Muitas pessoas compartilharam que não conhecem a música (ou o artista) que, de acordo com a plataforma, elas mais ouviram em 2023.
O Spotify aponta que estamos tendo um renascimento do “shoegaze”, que em 2019 começou a despontar, mas ganhou força esse ano sendo chamado de “bootgaze”. Quem lidera o ranking atual é uma tal de Wisp, que oficialmente tem apenas três músicas lançadas. O seu hit “Your Face” explodiu no TikTok com mais de 3,3 milhões de visualizações e somando mais de 28 milhões plays no Spotify. Claro, que ela já tem contrato assinado com uma agência de influenciadores e está com uma turnê armada para o segundo trimestre do próximo ano ao lado dos veteranos Panchiko, assim dá tempo de ter um álbum pronto até lá.
O músico Perfume Genius respondeu no especial do NYTimes que as pessoas vão desejar ouvir mais coisas desafiadoras, que exigem mais atenção: ruído, distorção, algo mais experimental. Eu não acho que serão o "krushklub" e o "hyperpop", gêneros que atingem especialmente a Geração Z. Para mim, tem a ver com produções como de Abbys X e do duo de metal drone sunn O))). Mas posso estar errada.
Berlim é um dos berços da música experimental e vejo essa cena florescer cada vez mais entre a galera 30+. Os shows do gênero são todos concorridos e, a maioria, com ingressos esgotados. No Brasil essa cena tem ganhado espaço aos poucos. Só nessa última semana acompanhamos dois festivais do gênero rolando: o Novas Frequências, no Rio de Janeiro, e o Música Estranha, em São Paulo.
O Pinterest aponta na categoria "Entretenimento" o crescimento de menções ao jazz em variados contextos, desde looks para ir a um bar de jazz ao 'jazz funk' e 'piano jazz'. A música clássica contemporânea com toques de música eletrônica parece estar chegando em sua fase de ouro.
Artistas como Hania Rani, Ólafur Arnalds, Nils Frahm e Brian Eno são mais conhecidos. Talvez, um dos motivos que tem alavancado esse gênero musical seja a busca por playlists e artistas que tocam 'música funcional', "white noise" e música ambiente que funcionam bem como trilha sonora para trabalhar e estudar. Esses estilos somam 30 milhões de minutos por dia tocados no Spotify.
Mas gênero musical é, ao lado da estética 'core', algo cada vez mais fragmentado. Vide o "krushklub" que até há um mês eu nunca tinha ouvido falar.
Recomendo esse gráfico que mostra os gêneros de música no Spotify em 2016 e 2023, que conta com mais de 6 mil gêneros listados.
Eventos ao vivo: Mais transformação, menos entretenimento
Esse ano foi das grandes turnês: Taylor Swift, Beyoncé, BLACKPINK, Pink! e Madonna, a que menos faturou entre as anteriores, só para citar artistas mulheres que dominaram o palco e o ranking do ano. A Swift não precisamos nem comentar, está liderando tudo e foi nomeada a pessoa do ano pela Time. Eu acho merecido, pois ela dominou todas as rodas de conversas.
Tem gente apostando que 2024 continuará sendo o ano das grandes turnês, mas o Eventbrite diz que será um ano de busca por festivais que transformem ao invés de entreter. Antes mesmo da pandemia, o festival transformativo, estilo que surgiu com o Burning Man, já crescia em grande escala. Pós-pandemia faz ainda mais sentido esse tipo de festival ganhar mais atenção.
Em 2023 vimos surgir diversos novos festivais, vários se consolidando no calendário anual, em especial no Brasil que vi um número recorde de ofertas. Só não consigo vislumbrar a longo prazo como será esse cenário, em especial com a pauta "mudanças climáticas", que também se estende às grandes turnês. Há como ser sustentável do jeito que é hoje? Não, mas muitos festivais estão trabalhando para ser carbono neutro.
Cor para 2024, o ano marrom
A Pantone elegeu “Peach Fuzz”, um pêssego meio desfocado, a cor para 2024. Todavia, de acordo com a astrologia, pessoas de Gêmeos devem usar amarelo na virada do ano, prometendo trazer tudo o que me falta: Foco e concentração. Já o Estudo de Terapia das Cores afirma que em 2024 devemos investir no rosa, pois ele tem a função de harmonizar e melhorar a comunicação nos relacionamentos e ajuda a melhorar a capacidade de saber se comunicar na hora de interagir com as pessoas. Estou precisando dele também.
A Coral e a Suvinil elegeram uma cor chamada “Afeto”, que eu nem sabia que era cor, talvez por isso ele esteja em falta no mercado. Os entrevistados do NYTimes não entraram em acordo. Por lá apareceu de tudo, mas no fim das contas a minha conclusão é que 2024 será um ano mais colorido e menos minimalista. A galerista Carla Sozzani disse ao NYTimes que quando ela está deprimida, ela abusa das cores, enquanto quando está feliz, ela opta pelo preto.
Se a previsão for sinal de como estamos emocionalmente, não estamos nada bem. Se cuidem mesmo que tenha quem afirme que as cores estão desaparecendo.
Moda: Comprar menos roupas novas, estética 'core' e muita nostalgia
Faz um bom tempo que entramos em uma era de nostalgia, em especial a Geração Z que sofre nostálgica de algo que ela não viveu. A moda voltou aos anos 1980 e 1990 para muitos, inclusive em Berlim ela segue em alta desde que me mudei para cá.
Enquanto alguns desejam que a moda dos anos 2000 queime no inferno, para a Geração Z ela continua em alta. No Depop, um aplicativo de revenda de roupas, onde 90% dos usuários têm menos de 26 anos, as peças consideradas vintage são dos anos 2000 e estão em alta procura no aplicativo.
O relatório do Instagram mostra que 1 em cada 3 no Reino Unido planeja abraçar sua própria estética 'core' em 2024, explorando sua identidade pessoal e indo em busca de outros que compartilham ideais semelhantes.
Das tendências de moda de outrora às múltiplas estéticas 'core' que floresceram nos últimos anos, houve uma transformação onde o que era contracultura agora se tornou norma. "Barbiecore", "cottagecore" e outras tendências específicas surgem no digital, principalmente no TikTok, conectando a Geração Z nessa busca por identidade e senso de pertencimento.
O Instagram aponta também que a Geração Z estará mais atenta na moda sustentável em 2024, mas esse movimento já existe há algum tempo (que bom que continua em alta). Para essa geração, comprar menos e adquirir produtos de segunda mão é mais regra do que exceção. No entanto, é importante ressaltar que estou colocando a Geração Z em uma caixinha, mas ela é uma geração bastante fragmentada, com grupos exibindo comportamentos bem distintos.
Conclusão? Não tenho ainda…. mas estou pronta para 2024
Li em um relatório que a conexão está se tornando menos sobre comunicação e mais sobre conteúdo, projetado para nos manter ligados à internet, mas não necessariamente conectados uns aos outros.
Deixo esse lembrete do artista Rirkrit Tiravanija para olharmos além da tela, a qual está cada vez mais presente. Um estudo com a Geração Z mostrou um uso médio de 7:07:39 de tela.
"Que as pessoas percebam que viram coisas na vida, e essas coisas são importantes. Hoje em dia, não lembramos muito porque temos máquinas que lembram por nós. […]"
Antes de ir: Um pouco do que ouvi e vi em novembro
🥁 Andrew Cyrille, baterista de jazz que esteve em Berlim no Jazzfest. Deixo o álbum Junction, gravado ao vivo em 1976, em Nova York, é bem experimental.
🎤 "Revival", da cantora e compositora Annahstasia, de Los Angeles, que tocou no Pitchfork Festival Berlim. Uma delicinha sonora.
✨ Selvutsletter, dos noruegueses Lost Girls, um dream pop bem delicioso. A vocalista e artista multidisciplinar Jenny Hval é tão talentosa, que tem um projeto solo bem distinto e tão bom quanto o primeiro.
🪈 Gostei da virada de carreira do rapper André 3000 (OutKast) ao lançar seu último álbum "New Blue Sun", só com músicas tocadas com flauta.
📽️ Falei na edição anterior, mas volto a indicar aqui o premiado "Anatomia de uma queda", de Justine Triet, um thriller sensacional.
📺 Vi várias bobagens no streaming, mas gostei especialmente de dois filmes noruegueses: "Sick of Myself", de Kristoffer Borgli, uma tragicomédia sobre até onde o narcisismo pode levar alguém, que me lembrou do "Triângulo da Tristeza", de Ruben Östlund; e "A pior pessoa do mundo", de Joachim Trier, um filme sobre indefinições em uma época que temos mil possibilidades. Ambos têm em comum Oslo como pano de fundo, cidade onde estarei na próxima semana.
🔮 Adorei ler essas previsões para 2024 feita em 2014 por escritores e algumas personalidades da internet. Várias coisas estão se concretizando!
🗓️ Para quem está planejando 2024, o
criou um calendário cultural com os principais eventos que acontecem no ano que vem.Para esse ano estou preparando mais uma edição antes de me dar um descanso mental merecido. Nela, eu contarei os planos para a Espiral em 2024 e também um pouco dos meus planos pessoais e profissionais. Nos falamos em breve e me conta nos comentários ou por email o que você gostaria de ver por aqui, o que mais gostou e o que achou 'meh'.
Eu adoro o seu giro de notícias musicais, que eles sigam acontecendo em 2024!
Amei o negócio das cores, por via das dúvidas costumo usar de um tudo haha, roupa colorida! Sobre o inverno, meu médico me disse que sair de casa era bom para o cérebro; qd ficamos muito fechados, mesmo lendo ou vendo filme, ele não entende a hora do lazer muito bem. precisamos de rua, segue em frente. Um beijo