Espiral #26: Morando no escritório
O home e o office, Amanda Foschini, a música como filosofia, a cena musical atual em Berlim e a segunda onda do coronavírus
Foto: Sven Brandsma - Unsplash
Trilha sonora para hoje é o álbum Amoroso, de João Gilberto, numa singela homenagem ao Zuza Homem de Mello, que faleceu no dia 4. Antes de sua partida ele finalizou a biografia de João Gilberto, prevista para ser lançada em 2021. “Amoroso” era um álbum que Zuza “dizia não conseguir ouvir sem ir às lágrimas. E só de contar, chorava mais uma vez.” (trecho extraído da newsletter Meio)
A casa como escritório
Eu sempre gostei de trabalhar remotamente. Em 2004 eu trabalhava numa empresa de tecnologia como atendimento. Nessa época eu tinha que ir pelo menos 2x semanalmente na empresa para reuniões internas, treinamento, feedbacks, etc. Nos demais dias eu podia optar por trabalhar de casa caso não estivesse viajando pelo Brasil para reuniões. Em 2005 eu mudei de área indo trabalhar numa agência de publicidade e isso deixou de ser possível. Eu tinha que estar lá todos os dias úteis pelo menos das 10 às 19h e às vezes também nos finais de semana.
Em 2008 eu abri minha própria agência. Nela eu tentei implementar a sexta-feira remota tendo a ida ao escritório como opcional. Se alguém quisesse ir pra praia na quinta à noite e trabalhar de lá, perfeito! Era só estar disponível online no nosso horário de trabalho para o caso de precisarmos resolver algo e realizar suas tarefas do dia. Não lembro muito no que deu, mas se eu não lembro, não deve ter dado muito certo. Provavelmente não estávamos ainda preparadas para essa mudança.
Depois de ter saído da sociedade da agência, eu fui dar uma volta ao mundo. Era 2016 e desde então o mundo virou meu “home e meu office”.
Em São Paulo eu morava num apartamento gigante, onde transformei um dos quartos num amplo escritório bem equipado. O dia-a-dia funcionava bem, pois eu tinha muitas reuniões fora, almoços, cafés. Quando estava em casa e parava de trabalhar, eu fechava a porta do “escritório”. Só voltava a vê-lo no dia seguinte. Aqui em Berlim não. O meu apartamento tem menos da metade do tamanho e eu raramente tenho reuniões fora.
O Ola foi enviado para trabalhar em casa em março diminuindo ainda mais o espaço que temos na casa. Desde então ele segue aqui sem data pra sair. A startup onde trabalha entregou o escritório gigante que tinha porque ele deixou de fazer sentido em existir. Hoje, assim como milhares de pessoas no mundo, a vida profissional segue entre a sala de casa, a cozinha e a tela do Zoom em reuniões diárias.
Todo mundo está sendo mandado para trabalhar em casa, mas quantas empresas estão perguntando aos seus funcionários se eles têm uma infraestrutura mínima para trabalhar de lá? Por aqui tivemos que nos virar. Hoje eu fico saltando de lugar em lugar porque o meu canto passou a ser do Ola, afinal é ele quem tem emprego fixo. Eu, que não tenho horário a cumprir, apenas entregas a fazer, fiquei em segundo plano. Todos os dias quebramos um pouco a cabeça para achar um lugar para colocar uma nova mesa de trabalho para eu ter meu próprio canto.
Diferentemente da nossa condição anterior, hoje nós dois nos sentimos morando no escritório. A minha liberdade de ficar jogada no sofá fazendo minhas leituras ou escrevendo foi podada. A sala virou lugar de trabalho das 9 às 18h, por isso eu a evito durante o dia para à noite desfrutá-la de outro jeito. Eu já não posso mais me dar ao luxo de desligar o computador e assistir TV a tarde se quiser. Não posso colocar música alta e dançar pela sala para relaxar um pouco entre um trabalho e outro. Se eu tenho reunião, terapia ou aula, eu me tranco na cozinha e fico olhando para a parede do prédio vizinho ao invés da bela vista que a minha sala oferece. A diferença entre eu e o Ola é que eu sigo como freelancer e tocando projetos pessoais, enquanto ele trabalha para uma empresa que mandou seu ambiente formal pra nossa casa.
A sexta-feira é o meu dia mais feliz porque o Ola não trabalha neste dia. Então é como se tivéssemos feriado prolongado todas as semanas aqui em casa. Aí disfarçamos a mesa de trabalho para dar um outro ar pra sala e então relaxamos, ouvimos música alta, deitamos no tapete se quisermos até a próxima segunda-feira quando o escritório volta a funcionar.
O sonho do trabalho remoto da maioria das pessoas não era exatamente dentro de casa e sim em algum canto do mundo, preferencialmente paradisíaco, mas que não é o que temos pra hoje. Impossibilitados de viajar para onde quisermos, o trabalho remoto virou pesadelo para muitos. A casa agora é escritório, é academia, é escola das crianças, é consultório da terapia e é casa também.
Sabemos que o “home and office” veio pra ficar. Eu acho ótimo, mas será que todo mundo está preparado? Será que todo mundo continuará se sentindo motivado? Será que todo mundo quer ter apenas essa opção? Será que não nos sentiremos ainda mais isolados? Será que todo mundo tem estrutura para isso? Será que as empresas estão provendo essa estrutura quando ela não existe? Não adianta a empresa posar de descolada dizendo que colocou todo mundo para trabalhar em casa, mas não está dando nenhum suporte para isso.
Nesse artigo do WSJ alguns CEOs das maiores companhias do mundo dizem o que acham sobre o assunto. Alguns estão bem animados, outros não botam muita fé por estarem vendo a qualidade do trabalho cair.
Como disse o Warren Buffett: “Quando mudanças acontecem no mundo, você precisa se ajustar a elas”. Aqui seguimos tentando e por aí, como você anda fazendo?
Obs: Sei que isso é muito “white people problems”, mas não é por isso que não devemos falar sobre o assunto. O Ola está totalmente ciente, sempre oferece para revezarmos a mesa de trabalho, mas ele usa monitor e eu não, é mais organizado e tem mais calls do que eu tenho álbum novo para ouvir.
Minha amiga genial Amanda Foschini
Amanda e eu durante uma visita que ela me fez em pleno inverno em Berlim. Foto: Ola Persson
Conheci a Amanda na pista do festival Dekmantel, em Amsterdã. Ela estava se hospedando na casa de uma amiga genial em comum, a Priscilla, onde eu estava hospedada também.
Engraçada, às vezes reclamona e uma grande conhecedora do universo da música eletrônica, eu me deixei levar pelos seus encantos que não são poucos. Era 2016 e eu estava no meio da minha volta ao mundo. Passamos alguns dias juntas pra cima e pra baixo e acabamos nos tornando amigas, dividimos várias pistas de festivais, me hospedei na sua casa em Barcelona e ela na minha em São Paulo e aqui em Berlim.
A Amanda me ganhou não só pelo seu jeito engraçado e suas ótimas tiradas sempre prontas pra qualquer situação. Ela me ganhou também pela sua escrita poderosa. Quando nos conhecemos, ela ainda insistia numa vida infeliz de publicitária. Com muita gente acreditando no poder da sua escrita, não foi difícil empurrá-la para fora da agência em que trabalhava para abraçar o sonho de viver como escritora.
Parou tudo e se dedicou a escrever seu primeiro livro. Eu o devorei em dois dias levada por sua escrita tão envolvente e por tratar com bom humor assuntos tão espinhudos e caros a ela. O livro ainda não foi lançado, mas ela segue atrás de uma editora que possa acreditar em seu trabalho. Alô editoras?
Em março, sem planejar, ela deu início ao seu segundo livro, um diário da quarentena que virou um lindíssimo zine ilustrado com colagens feitas por outra amiga genial, a artista Jennifer Simionato. Esse está pronto pra ir pra gráfica e em breve nasce no mundo físico. Junto com ele surgiu o projeto Respira, que a cada edição contará com participação de três mulheres criando juntas a partir de um tema.
Pedi para ela indicar outras mulheres geniais. Para ler, sua dica foi “O Amante”, de Marguerite Duras, uma de suas escritoras favoritas. Para a Amanda, Duras escreve com coragem e com um ritmo que ninguém mais tem. Já nas artes, ela indicou a Verena Smit, que consegue traduzir nossas neuras de maneira certeira e minimalista. Para se inspirar, a Dani Arrais, porque ela nos lembra que a internet pode ser humana. Sua escrita é aconchegante e faz a gente se sentir abraçada.
Convido você a acompanhar a Amanda no Instagram onde ela diariamente promove conversas sinceras sobre as tretas e a delícia de ser mulher.
"A música é a abreviatura da emoção", Leon Tolstoy
“A música é uma filosofia rica em ideias que a linguagem não consegue traduzir”, da Xenia Hanusiak, é um dos textos mais bonitos sobre música que li. Hanusiak discorre poeticamente sobre o som, o silêncio, a harmonia e a dissonância na música, onde “compreender que a dualidade, como a tensão e a harmonia, coexiste é um princípio fundamental para viver uma vida vibrante e realizada. Se aprendermos a nos sentar com os sons inexplicáveis nesse momento histórico, abriremos um caminho inesperado de elucidação e contribuiremos para questionar e redefinir a sociedade que estamos criando.”
Mas nem tudo são flores quando falamos sobre música. O jornalista Alex Ross escreveu um excelente texto sobre o livro “Decomposed: The political ecology of music”, de Kyle Devine, que promove uma reflexão sobre o lado danoso do consumo de música ao meio ambiente, mesmo em streaming. Mas o objetivo do livro não é que as pessoas parem de ouvir música, mas que o consumo seja mais consciente. Mas como? Devine tem a esperança de que role uma mudança semelhante a que ocorreu com nossa relação com a comida. Quando ouvimos música, podemos nos perguntar em que condições foi feita uma determinada gravação, o quão justo foi o processo pela qual a música chegou até nós, etc., e a mais urgente, de quanta música realmente precisamos. Será que isso é possível?
Autora de um dos álbuns mais bonitos de 2020, a cantora Kelly Lee Owens estrelou uma campanha da cerveja Corona para celebrar o poder da natureza na nossa vida.
Eu já desconfiava que os festivais de música no próximo verão no Hemisfério Norte poderiam estar comprometidos. O SXSW anunciou sua edição 2021 online e o Coachella anunciou a mudança da agenda de abril pra setembro.
A Billie Eilish fará uma live streaming no dia 25. Para assistir é necessário pagar US$ 30. Numa conta de padaria: Ela tem cerca de 34,3 milhões de inscritos em seu canal no Youtube. Se 1% comprar um ingresso, ela arrecadará cerca de US$ 10 milhões; já no Instagram são 67 milhões de seguidores, se também 1% comprar um ingresso, são mais US$ 20 milhões na conta.
A história do Nathan Apodaca com o viral que criou no Tik Tok com “Dreams”, do Fleetwood Mac, continua ganhando novos capítulos. De acordo com a Billboard, a música teve mais de 8 milhões de streams só nos Estados Unidos na semana passada, um crescimento de 125% em relação à semana anterior. Apodaca ganhou da Ocean Spray, a marca do suco que aparece no vídeo, uma pickup nova com garrafas do suco; foi parar em todas as grandes mídias, incluindo o NYTimes e a BBC; fez uma loja pop up com merchandising, onde já vendeu mais de 30 mil dólares em produtos; tem recebido doações que já somam mais de 10 mil dólares e teve, além do próprio Mick Fleetwood, o Jimmy Fallon recriando seu meme.
Eu era muito fã do Van Halen na adolescência. “Jump” era meu hino. Descanse em paz, Eddie Van Halen. O mundo perdeu um de seus melhores guitarristas e um gênio do rock and roll. Você sabia que ele criou várias patentes, incluindo a do suporte da guitarra? Para entender sua genialidade, te convido a ler esse texto sobre como ele redefiniu o rock de acordo com ele mesmo.
E algumas rapidinhas sobre música:
A Wired lançou o Wired Games. O lançamento chegou com essa matéria fantástica sobre as mulheres que inventaram a música de video game.
O podcast “Table Manners with Jesse Ware” é pura diversão. Jesse Ware convida celebridades para se juntarem à sua mesa do jantar, feito por sua mãe Lennie, para conversarem com as duas sobre qualquer coisa.
No próximo dia 12 rola o Latitudes, evento para discutir a cena de música eletrônica da América Latina.
A Pitchfork publicou um capítulo do novo livro “This Isn’t Happening”, de Steven Hyden, sobre o álbum Kid A, do Radiohead.
Não é só a música que está passando por uma revolução por conta do Tik Tok. Tem muita gente apostando que essa revolução está acontecendo na arte também.
Para relaxar, dá um play nesse vídeo A explicação sobre como o artista produziu o vídeo é complexa demais para a minha cabeça de humanas, mas se quiser saber (e depois quiser me explicar), é só ler aqui.
A cena musical de Berlim e a segunda onda do coronavírus
Pista do Else
No domingo eu fui ao Else, um club a céu aberto com biergarten às margens do Rio Spree, que tem por trás a galera do Renate. O que me levou a ir foi por estar com saudades de uma pista, o Dixon estava no line-up e queria entender como estão sendo as experiências nesses eventos.
O que me levou a ir foram as saudades de uma pista, ter o Dixon no line-up e também porque eu queria entender como está sendo ir numa festa. Os ingressos se esgotaram tão logo foram colocados à venda mesmo custando 20 euros + taxa de 2,50.
Tem muita gente burlando as regras para fazer festa por aqui, mas tem gente seguindo todos os protocolos à risca para promover uma festa que seja de fato “legal”. Esse é o caso do Else.
As festas no Else acontecem sempre às sextas, sábados e domingos, das 14 às 22 horas. São dois os tipos de ingressos, um normal e outro que você precisa entrar até às 15h. Acabei comprando o segundo que era o que ainda tinha disponível. Lamentei o fato, já que o Dixon tocaria às 19h e eu não sabia se minha disposição daria conta de esperá-lo.
O protocolo da festa segue o mesmo de um biergarten: a máscara só pode ser tirada quando a pessoa estiver sentada. Levantou? Tem que colocar a máscara. Já na pista não rola ficar sem ela. Por lá, todo mundo estava com drink na mão levantando e descendo a máscara entre um gole e outro. Ao redor algumas meninas trabalhavam chamando a atenção de quem ousava tirá-la.
Tudo corria bem até eu espatifar no chão, torcer o pé e ralar feio o cotovelo. Logo pensei que estava sendo castigada por eu estar ali me divertindo, mas prefiro acreditar que foi apenas minha pisada em falso num degrau alto demais. Então eu fui embora antes mesmo do Dixon entrar.
Não sabemos mais até quando essas festas vão continuar acontecendo, mas tudo indica que será por pouco tempo. Elas só podem rolar legalmente a céu aberto e dias chuvosos estão rolando com a chegada do outono. O Else colocou uma cobertura transparente que protege quem estiver na pista caso chova. O teto é muito alto, mas muito alto, e as laterais abertas, ou seja, é “quase” como se ainda estivesse a céu aberto.
No sábado rolou o Dia da Cultura dos Clubs, promovida pelo Clubcommission, com uma extensa programação espalhada pelos clubs da cidade. Eu fui na famosa festa queer Gegen, no Kit Kat, mas o hedonismo habitual do projeto estava disponível apenas nas fotografias, nas performances e nos filmes exibidos. O protocolo, também seguido à risca, não permitia dançar mesmo com minha amiga, a DJ Laura, fazendo um delicioso set de house. O motivo? O local é fechado.
Na segunda-feira acordamos com os jornais bombando sobre o aumento de casos de coronavírus em Berlim, que atingiu um pico de 339 novos casos na sexta-feira. A faixa etária média dos novos infectados é de 20-29 anos, o que obviamente é atribuído às festas legais e às muitas ilegais, às aglomerações nos parques, nos canais, nas ruas. Todo mundo apontando o dedo pra todo mundo. Novas regras estão entrando em vigor amanhã. Bares e restaurantes só poderão funcionar até às 23h e a partir desse horário é proibido vender álcool e grupos de mais de 5 pessoas se reunirem em locais públicos.
A Alemanha entrou no alerta vermelho após registrar mais de 4 mil novos casos em 24 horas, o número mais alto desde abril. Hoje o país soma 310.144 casos e 9.578 mortes.
Agora recolho a vida pra dentro do escritório onde moro atualmente. A Nina Lemos escreveu um texto interessante sobre as brigas entre amigos e família que estão rolando por conta de uns seguirem a vida como se nada tivesse acontecendo e outros estarem em auto-quarentena. Eu acho difícil demais julgar alguém. Tem muita gente metendo os pés pelas mãos, mas tem muita gente apenas tentando sobreviver. A jornalista Chloé Lula escreveu um ótimo artigo para o Electronic Beats sobre como a cena cultural em Berlim está tentando sobreviver.
O que mais chamou a minha atenção por aqui:
Para quem está em Berlim, o EMOP segue até dia 31 de outubro. O Photography in Berlin fez uma lista com algumas exposições em destaque.
Afinal, será possível ter uma rede social do bem? É o que quer ser a nova plataforma Telepath.
O NYTimes publicou um especial intitulado “A Amazônia viu nosso futuro”, dividido em três partes com textos de vários autores e acompanhado de um projeto fotográfico lindíssimo. O especial foi criado para alertar sobre como os povos dessa região vivem e os perigos dos desmatamentos e queimadas. Disponível também em português.
Com a impossibilidade de viagens, o NYTimes trocou seu especial anual “52 lugares para conhecer” para “52 lugares que amamos”. Para isso, o jornal está convidando seus leitores a enviarem seus relatos que serão selecionados para compor o guia 2021.
A Gucci é a marca de luxo mais popular entre a Geração Z. A marca já vende roupas para avatares (não vou entrar no mérito do valor delas), lançou a plataforma Equilibrium com o objetivo de gerar mudanças positivas nas pessoas e no mundo. A última empreitada foi a parceria com o e-commerce The RealReal, plataforma que vende roupas de marca de luxo em segunda mão, abraçando assim a circularidade.
O Instagram fez 10 anos e causou uma mudança significativa no mundo. O que será da plataforma daqui a 10 anos? Ela continuará existindo? É o que esse artigo do The Drum tenta responder.
Encerro com essa divertida coleção de gatos que mostra cada tipo de participante das reuniões no Zoom e com um set com cara de areia do deserto para dançar em casa.
Tchau e bom feriado para quem está no Brasil. :)
Gostou dessa newsletter? Tem sugestões ou comentários? Então me escreva porque eu adoro um feedback, uma conversa fiada, dicas e sorrisos.
***
Se você gosta dessa newsletter, não deixe de indicá-la para outras pessoas. Para se cadastrar é só acessar lalai.substack.com. Se caiu por aqui recentemente, me dê um alô se apresentando, que eu vou adorar saber quem é você.