Espiral #27: A exaustão do imigrante
Berlim e a segunda onda do corona, Luedji Luna, paredão de som, morando no banheiro (ou no armário), Jane Jacobs, ocupação de espaço público e Susie Cave
Lorena, a amiga genial que deu a ideia do tema para essa newsletter, e eu por Julia M.
A playlist pra essa newsletter é o show lindíssimo do Four Tet na Sydney Opera House de 2016.
A dificuldade de se locomover e o cansaço em ser imigrante
O Ola, meu marido, ficou muito animado quando decidimos nos mudar para Berlim após 11 anos em São Paulo. Finalmente, ele estaria perto de sua terra natal, a Suécia. Um voo de 1h30 nos levaria para passarmos dias preguiçosos à beira-mar, onde o sol se põe às 23h no verão e um caiaque está sempre à nossa espera para passeios no Mar do Norte. Nos dias frios, uma sauna numa casinha de praia nos permite mergulhar na água gelada, após minutos agonizando na alta temperatura. Por lá, as refeições são sempre com vista para o mar e regadas a frutos do mar frescos preparados primorosamente pela minha sogra Annika.
Foram muitos os planos para vivermos esses dias mágicos que a Suécia sempre nos proporciona, mas desde que chegamos, ele só conseguiu viajar para lá recentemente após várias tentativas frustradas: Quarentena, fronteiras fechadas, quarentena na ida e na volta, falta de voos ou voos muito caros e longos. Ficou tão difícil que, de repente, ir para a Suécia se tornou um projeto possível apenas com muito planejamento. O habitual voo Berlim-Gotemburgo, feito em 1h30 pela Easy Jet, não decola desde março, e agora só há voos com escalas custando três vezes mais. Eu decidi não ir, queria uma folga para nós dois após essa convivência 24 horas por dia desde março. Eu, que sempre precisei ter meu espaço, quase enlouqueci. Ele, mais elegante, deve ter quase enlouquecido também, mas não demonstrou sinal.
Almoçamos juntos no dia de sua viagem e, após o almoço, preferi ir ao supermercado para não ter que me despedir dele na porta de casa, pois eu já segurava as lágrimas que ameaçavam cair. Parecia que ele estava indo para um lugar distante para um longo período, o que me deixaria esparramada no tapete chorando de saudade. Mas eram apenas duas semanas e menos de 600 quilômetros que nos separariam.
Aproveitei a primeira noite sozinha para promover um jantar em casa com minhas amigas, algo que não fazia desde que me mudei para cá. Fui ao mercado, comprei vinho, muito vinho, flores e trouxe mais um pouco de animação na sacola. Ao chegar em casa, olhei o celular enquanto descarregava as compras. Nele, uma mensagem aflita me esperava: "Lalai, o Z, com quem nos encontramos na semana passada, testou positivo." Meu mundo parou! Cancelei o jantar, entrei em pânico e chorei. Já não sabia se era pela partida do Ola, pelo cansaço que sentia ou pelo risco de estar com COVID.
A primeira ideia foi ligar no “Hotline Berlin coronavírus estamos aqui pra te ajudar.” Mas precisaria de ajuda de alguém para ajudar, porque o atendimento é em alemão. Uma amiga se prontificou e ficamos conectadas no Zoom para o caso de eventuais dúvidas. Esperamos 20 minutos até alguém atender. Foi uma cena digna de “Lost in Translation”. Minha amiga falou por longos minutos e no final me disse: “Você precisa ligar para esse número amanhã.” Eu: “Mas o que mais eles falaram?.” Ela: “Só isso”.
Sábado foi a mesma coisa. Pedi ajuda de outra amiga que, entre as várias tentativas, ficou 2 horas pendurada no telefone. Quando conseguiu, falou por cinco minutos e me disse: “Como você não tem sintomas, eles não podem dar endereço do lugar de teste e sugeriram você marcar uma consulta online”. Eu: “E o que mais eles disseram?”. Ela: “Só isso”.
Onze dias depois do contato com o “infectado” e não sentir nenhum sintoma me fez achar que eu estava livre dessa. Dia chuvoso, cinza e frio. Almocei com um amigo num restaurante às moscas, visitamos duas exposições e jantamos juntos em outro restaurante também às moscas. Já em casa eu me joguei no sofá de tão cansada que estava como se tivesse passado o fim de semana escalando paredes ou virando as noites em festas.
Na segunda eu estava um zumbi. Não consegui trabalhar nos meus projetos, não consegui escrever a newsletter que estava atrasada, não consegui fazer nada. Então, eu me dei por vencida e me abandonei no sofá no fim da tarde. Às 22h eu já estava dormindo num sono de 12 horas.
Na terça, ainda meio zonza sem saber o motivo, eu troquei a tela do computador pela vassoura e balde. Enquanto fazia a faxina do ano em casa com o som no último volume, eu finalmente relaxei.
À noite, conversando com a minha amiga Lorena, eu comentei: “Não sei o que está acontecendo comigo, mas tenho me sentido tão exausta que eu mal me reconheço. Nem gente eu quero ver”. Ela, sábia como sempre, respondeu: “Isso é exaustão do imigrante”. E, então, discorreu sobre algumas coisas que nós imigrantes temos que lidar, mas demoramos a entender sobre o que se trata tais sensações, além de ter que lidar com o idioma alemão. Ela emendou falando que “as novas representações sociais que temos e a nossa função social passam a ser outras”. Para a Lo, “ser imigrante cansa, pois é muita informação nova, muita emoção nova, muitos estímulos novos, muitas pessoas novas. Ficamos cansadas de sentir coisas que nem sabemos o que é e de lidar com tanta novidade o tempo todo.”
Ela, que está aqui há três anos, me garantiu que melhora, mas que ondas surgem de vez em quando. Ela encerrou a conversa com uma frase tão bonita, que me emocionou (e me cansou um pouco mais) de uma amiga que passou uma temporada aqui: “Amiga, to exausta. To cansada de me emocionar.”
Concordei que raramente alguém discute sobre esse lado de ser imigrante. Há muitas coisas escritas sobre como precisamos nos preparar ao mudar pra outro país, mas ninguém nos fala sobre esse cansaço que sentimos que não tem a ver com saudades. É um cansaço mental por estar num novo lugar lidando com tantos contextos diferentes.
Pensei no Ola que anda tão exausto quanto eu. Pensei no momento difícil que estamos todos vivendo no mundo. Pensei no medo e na incerteza sobre o amanhã que nos rondam. Pensei na mudança. Pensei no quanto a minha vida é outra desde que cheguei aqui. Pensei nas minhas inseguranças que estavam tão enterradas, mas que saltaram de mim tão logo eu desfiz as malas. Pensei nas saudades. Pensei nas amizades que se desfazem no ar. Pensei na segurança que eu achava ingenuamente ter. Pensei em todos os imigrantes que chegam de outros países como refugiados. Pensei em todas as pessoas que conheci desde que cheguei aqui. Pensei nos perrengues pelos quais passei (e passo). Pensei nas novas descobertas. Pensei na emoção que a chegada da primavera me provocou. Pensei no quanto eu sou sortuda e privilegiada por estar aqui apenas exausta por ser imigrante e estar aprendendo a lidar com isso.
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Observação: Fiz uma mudança estrutural na newsletter criando uma edição separada chamada “Amiga Genial” recheada de referências & leituras femininas. Em breve ela chegará no seu email.
A segunda onda do coronavírus em Berlim
Todos nós tememos o fim do verão europeu por ele ser o prenúncio de dias mais difíceis. Olhar pela janela e ver dias semelhantes aos que tivemos em março nos evoca um momento que não queremos relembrar, porque sabemos que ele pode voltar.
A situação da Covid na Europa, incluindo a Alemanha, está descendo ladeira abaixo com vários novos protocolos e outros por vir. Os dias vibrantes foram trocados por dias quietos. Berlim repousa e engaveta sua primeira campanha pró-máscara. O bom humor não sobreviveu ao fim do verão.
Os bares e restaurantes, já bem mais vazios, são obrigados a fecharem suas portas às 23h, a venda de álcool após esse horário é proibida, reuniões em casa só para grupos de até 5 pessoas que moram em 2 casas diferentes. A vizinha Brandemburgo, onde muita gente tem casa de férias, fechou a “fronteira” para os berlinenses que queiram pernoitar lá. O prefeito de Pankow, o bairro mais populoso de Berlim, sugeriu um lockdown de 15 dias em toda a Alemanha em novembro antes da chegada dos mercados de Natal, um dos eventos mais concorridos do ano. Já o prefeito da cidade rejeita a ideia. Os números não param de subir e os novos casos diários batem recordes desde o início da pandemia. Nesta quarta-feira foram 971 novos casos registrados em 24 horas, marcando uma incidência de infecção maior que 100 para cada 100.000 habitantes.
Agora somos a zona de risco. O papel higiênico já começou a sumir das prateleiras. Mas, apesar da crise toda, as pessoas continuam querendo morar em Berlim e já tem até oferta de aluguel para morar num BANHEIRO por 100 euros a semana. É, mas não é só em Berlim, como a Meg me contou. Em Tóquio é comum também achar algumas coisas bizarras para alugar como um quarto de 1,62m2. É morar num armário. As coisas pioram em Hong Kong, onde tem até cozinha dentro de um banheiro. WTF?
Mas vamos falar de coisa boa? Música!
Em meio à minha crise de exaustão eu li bem menos, mas algumas coisas passaram por aqui pra alegrar meus dias:
Entre as belezas que me encantaram recentemente está o “O bom mesmo é estar debaixo d’água”, o novo álbum visual da Luedji Luna que proporciona uma viagem gostosa por Madagascar, Quênia, Burundi e Brasil:
"Hoje vou me fingir de morta
Não vou tirar retrato
Não vou lavar o prato
Nem procurar ninguém
Vou dormir sem roupa
Sonhar com a sua boca"
A genial Letrux deu uma verdadeira aula de criatividade nesse podcast do Programa Coquetel Molotov. Cheio de insights e dicas para uma vida mais criativa. Eu me identifiquei porque parece que pelo menos no caos, somos parecidas. O podcast 451 MHz também fez um ótimo podcast onde ela fala sobre Patti Smith, escrita, composição, política, família e, claro, rock and roll. Aproveito pra deixar a dica de seu último álbum “Letrux aos Prantos”, que tem uma edição comentada aqui.
A Rolling Stone lançou uma lista com os “500 melhores discos de todos os tempos”. Claro que há controvérsia, mas eu criei um projeto (amo criar projetos) para ouvir todos eles, mas isso será assunto pra depois. Ouvi 7 discos álbuns até o momento. Spoiler: parar e ouvir e cantar um disco na íntegra pode trazer boas surpresas. Corre lá porque são várias as obras maravilhosas para ouvir de novo (ou pela primeira vez).
Um dia desses estava eu com a Lo, a minha amiga sábia, conversando sobre os shows que eu ainda não vi que estão no topo da minha lista: Bob Dylan e Neil Young. Comentei que uma amiga que viu ambos disse que preferiu o show do Neil Young. Ela, que viu Dylan, fez um comentário que eu achei pertinente: “As pessoas esperam que os artistas façam cover deles mesmos como o Rolling Stones faz. O Bob Dylan continua o artista foda e criativo que sempre foi. Seus shows apresentam releituras do seu próprio trabalho que é muito mais pertinente ao seu momento do que fazer cover de si mesmo”. Eu nunca tinha pensado por esse viés e ele faz todo o sentido. Lembrei desse papo ao ler sobre o dia em que Bob Dylan e Leonardo Cohen se encontraram pela primeira vez e os encontros que sucederam depois. Aqui tem uma versão em português bem-humorada sobre o encontro desses dois mitos.
O Flaming Lips surgiu no início da pandemia no Late Show tocando dentro de uma bolha de plástico, um fato nada novo da banda. Em 2005 a banda tocou no saudoso Claro que é Rock, em São Paulo. Wayne Coyne entrou no palco dentro de uma bolha e saiu rolando sobre nossas cabeças antes de abrir o show com “Race for the Prize”. Na semana passada eles fizeram um novo show para 100 pessoas em Oklahoma com todo mundo dentro das bolhas. Aparentemente é a única banda que chegou preparada em 2020. A Larissa (do Vibra) fez ótimos questionamentos sobre o assunto: “Quanto tempo dá pra ficar lá dentro? Como faz pra ir no banheiro? E para pegar bebida?” Fiquei curiosa também.
Não sou uma grande entendedora do universo de blockchain, mas ando fascinada com o movimento de música digital vendida como exclusiva via blockchain. A Cherie Hu escreveu o ótimo texto “Digital music’s new drop culture” sobre assunto. Nele, ela analisa obras produzidas por músicos & artistas visuais onde uma obra como Star Crossed, criada por Andrés Reisinger e RAC, foi vendida por cerca de US$ 26 mil num leilão no SuperRare. Para entender um pouco: esse vídeo que está no link é o mesmo pelo qual pagaram os US$ 26 mil. Ou seja, qualquer pessoa tem acesso a obra. A diferença é que o comprador tem um “certificado digital” que garante a ele a obra original. É mais ou menos como eu ter uma réplica perfeita de um Van Gogh em casa, mas sei que ele não é o original. O DJ 3LAU, que anda fazendo uma pequena fortuna em blockchain, respondeu que se trata do “orgulho e a credibilidade de possui algo real e exclusivo”. Quem quiser discutir mais a respeito, me dá alô, pois adoraria entender melhor esse universo.
Agora para tudo e leia essa história maravilhosa que faz o Brasil ser tão especial: Na contramão da tecnologia de ponta temos uma cena super vibrante de paredões de caixas de som no Brasil, que move toda uma cadeia produtiva, revoluciona a indústria da música nacional, cria novas indústrias como a de alto-falantes que conta hoje com 300 fábricas espalhadas pelo país, gira núcleos sociais diversos, lança novos artistas e movimenta um comércio intenso de pendrives. É fascinante demais. Para complementar com outro artigo excelente, o Embrazado escreveu sobre a história da pirataria que foi responsável pela ascensão de diversos ritmos brasileiros e hoje se mantém ativa no mercado informal de pendrives. Tudo interligado!
Mas a pergunta que não quer calar é: Qual é o futuro dos festivais de música? Só temos especulações, porque a resposta ninguém tem. O Reino Unido, um dos lugares do mundo com mais festivais de música, tem apostado no retorno em formato híbrido. O físico chega com teste rápido de Corona (como planejam ter em breve na entrada das festas em Berlim custando cerca de 8 euros e resultado em 15 minutos), pulseiras que vibram quando as pessoas estão mais próximas do que deveriam, medição de temperatura, etc. Os festivais podem ser boas oportunidades para governos testarem certos produtos e/ou procedimentos de segurança, já que na prática são cidades temporárias. Agora o momento é apostar em talentos nacionais, pois por algum tempo artistas internacionais serão mais difíceis ter no line-up. Ainda assim, tem gente otimista, tanto que três novos festivais foram anunciados para 2021 na Inglaterra.
Quem quiser mergulhar na cena musical islandesa além da Björk e do Sigur Rós, o Iceland Airwaves fará sua edição 2020 totalmente digital com ingressos à venda e shows exclusivos. Os destaques são Ólafur Arnalds, Ásgeir e Daði Freyr. Falando em Ólafur, você já assistiu o clipe maravilhoso feito pra Loom, música produzida em parceria com o Bonobo? É belíssimo e pura potência feminina.
O Sigur Rós (vish!) sonegou imposto de renda na Islândia há alguns anos e teve que restituir o governo um valor equivalente a US$ 1,2 milhões. Alegaram na época que o contador foi o culpado da história (o que eu não duvido, mas quem está do outro lado sempre sabe o que está rolando, não vamos ser tão naïve). Agora o governo islandês decidiu que eles precisam pagar uma multa de 200% do valor. O resultado é que todos os integrantes (e ex) querem sair do país alegando falta de apoio cultural.
Andam rolando várias discussões sobre a ajuda de £750 mil que o site Resident Advisor recebeu do governo britânico. O valor é muito superior à ajuda dada às instituições culturais como MK Gallery (£250.000), Almeida Theatre (£574.000) e o Bristol Old Vic (£610.466). As críticas, além do valor alto que muitos não veem justificativa, é o fato do RA ser hoje também uma ticketeira de festas e shows da cena de música eletrônica e ter muitos de seus colaboradores trabalhando em países fora do Reino Unido. Independente de toda a discussão, eu acho incrível um site de música eletrônica receber uma ajuda deste porte. É realmente ver importância cultural nessa cena.
O jornalista Shaw Reynaldo publicou um segundo artigo bem aprofundado sobre o impacto da Covid na cena da música eletrônica. Vale muito a pena ler a primeira publicação que ele fez em março e comparar como as coisas se desenrolaram de lá pra cá. A Rolling Stone também discutiu sobre o terror que a chegada do inverno está trazendo para a música. É, aqui estamos sentindo na pele.
Lembra do Billy McFarland, o criador do Fyre Festival? Ele está preso em Ohio e continua criando projetos. O mais recente é seu podcast “Dumpster Fyre”, gravado direto da prisão, para contar a sua própria versão da história. Todo dinheiro arrecadado com o podcast irá para pagar os US$ 26 milhões que ele deve de restituição pra galera. O primeiro episódio abre com um McFarland extremamente arrependido pedindo desculpas pelos erros e danos cometidos. Aham!
O que mais andou me aguçando os meus sentidos por aqui
Eu não conhecia a Jane Jacobs, autora do livro “Morte e Vida nas Grandes Cidades” (1961) que a tornou uma das urbanistas mais influentes do mundo. Uau, mais uma mulher fascinante pra conhecer: “Para Jacobs, a única fórmula para nutrir a vida nas ruas era a diversidade: de usos, de escalas, de edifícios, de classes e de pessoas. Só essa mistura heterogênea garante que a rua seja interessante o suficiente para enchê-la. O estar na rua é parte importantíssima da experiência urbana. Gente na rua faz o comércio florescer, o espaço público ser bem cuidado, e deixa a cidade mais segura.”
Cada vez mais a rua ganha maior importância pra mim. Eu cresci nela. Passei minha infância brincando na rua e a adolescência na calçada de casa. A forma como os alemães se relacionam com as vias públicas me fascina e me remete à minha vida suburbana. Como nem todo mundo tem uma sacada aqui, é comum ver cadeiras e mesas colocadas por moradores nas calçadas que viram grandes salas de estar. Tem gente que almoça na porta de casa. O Benching Berlin fez meus olhos brilharem com reutilização que faz dos móveis que são largados sem critério nas ruas criando bancos para ocupar espaços públicos. O projeto, criado despretensiosamente por Ben e Bella, ajuda hoje quem quer também criar mobiliários urbanos. Eles já espalharam por Neukölln e Kreuzberg cerca de 30 bancos que estão, na maioria, no mesmo lugar que deixaram e sendo ocupados devidamente como idealizaram.
Hoje somos mais de 4,6 bilhões de pessoas conectadas na web em todo o planeta, sendo 4,1 bilhões usando redes sociais. Ficamos em média 6h55 conectados diariamente, sendo 2h29 nas redes sociais. Esses dados fazem parte do novo Digital 2020: October Global Statshot, feito pelo Hootsuite e We Are Social. O relatório está cheio de insights para ajudar na tática nos negócios de hoje.
É, quem diria, o Instagram surgiu há apenas 10 anos e, além de ter nos entretido desde então, mudou drasticamente como comemos, como nos vemos, como construímos, como vivemos nossas relações, como e para onde viajamos e até como votamos. A plataforma surgiu pro bem e pro mal e é sobre o segundo que a Elle traz à tona os malefícios que os filtros do Instagram têm causado por nos dar uma versão que muitos consideram melhor do que a de si mesmas.
Criatividade nunca faltou para as minhas amigas Dani Arrais e Luiza Voll. Depois de serem pioneiras ao criarem o Instamission, plataforma de desafios no Instagram, e então a Contente, plataforma para discutir a Internet que a gente quer, a dupla agora se lança na área de educação com o curso “Criar sem Crise” dividido em 6 módulos passando temas como propósito, Síndrome de Impostora, curadoria, estética e comunidade. A programação está bem bacana e eu estou aqui ensaiando fazê-lo.
Eu conheci a Susie Cave através da Antonia Petta. Um dia mandei uma mensagem pra ela e ela me respondeu: “Agora não posso falar, estou entrevistando a Susie Cave”. Achei chique e fui lá espiar a esposa do Nick Cave. Desde então tudo que eu vejo da Susie, eu vejo a minha amiga mais estilosa do rolê, pois elas são muito parecidas esteticamente falando. Esse vídeo é da Susie, mas eu assisto vendo a Antonia nele.
Estou lendo (e gostando bastante) “Afiadas: As mulheres que fizeram da opinião uma arte”, de Michelle Dean. O livro conta a história de 10 mulheres que marcaram discussões culturais e políticas do século 20. É um misto de biografia, história e crítica cultural. Deixo aqui uma entrevista feita pela Trip com a autora. Para quem está em busca de ficção, a minha dica é “A Gorda”, da portuguesa Isabela Figueiredo. Livro pra ler numa sentada.
Rapidinhas bem rapidinhas
Estreou no último dia 20 um documentário intimista sobre a vida e obra de Frida Kahlo dirigido pela Aly Ray que teve acesso ao arquivo de correspondências pessoais da artista.
David Byrne lançou em setembro o projeto We Are Not Divided, que segue até início de novembro, quando acontecem as eleições nos Estados Unidos. Eu indico esse artigo escrito pelo próprio Byrne em que ele traz uma discussão para deixarmos de odiar as crenças diferentes das nossas e aprender mais sobre de onde elas vêm.
Um ótimo texto sobre Afetos Negros com o criador do grupo Afrodengo LGBTT+, Lázaro da Silva falando sobre a importância de uma espaço de troca entre pessoas negras.
Opa… nos vemos na próxima terça-feira com novidades. Tchau :)
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