Espiral #99: Dossiê de outubro
Longevidade, filosofia, Susana no Banho, General Idea, Juno Calypso, pós-modernismo e muita música
Olá, eu sou a Lalai e essa é a Espiral, newsletter semanal dedicada a assuntos aleatórios, desde o meu dia a dia em Berlim à música, arte, cultura, inovação e literatura, além de trazer sempre dicas de assuntos que andam revirando meus sentidos.
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Trilha sonora para essa edição: "Close to Home", Sara Dziri
Olá
Ao invés do habitual “5 melhores do mês”, eu vou compartilhar um dossiê mensal com o que fiz, li, vi, ouvi, comi e o que mais couber no pacote, sem exatamente ser “melhores”, porque eu me vi presa à uma estrutura que andou me dando nos nervos. Deixo então a coisa toda mais fluída e, se puder, inspiradora. Também quero trazer sempre um lugar que considero especial Berlim, seja ele turístico (como o que eu escolhi hoje) ou não.
Outubro foi um daqueles meses que couberam um ano. Estive no Brasil, bateu crise, que foi, voltou, que foi, voltou. Está aqui, não está mais. Tem até uma leveza gostosa em ver algumas coisas se encaixando, uma energia boa girando de novo e um estado preguiçoso que tem me dado vontade de morar nele.
Vamos lá que eu estou inspirada.
A crise da meia-idade trouxe junto a preocupação sobre como viver mais e melhor.
A resposta deve estar em algum pote de ouro no fim do arco-íris, mas tem gente tentando respondê-la baseando-se, principalmente, na ciência.
O celular como segundo cérebro é o meu aliado. Nele, eu faço notas, prints de coisas que chamam a minha atenção, fotos e vídeos. Esse hábito deixou o meu (e o seu) cérebro mais preguiçoso, mas o meu já não é mais o mesmo faz uns anos. Vivo esquecendo coisas. Temo a degradação cognitiva mais do que qualquer outra coisa. Ah, tenho pânico de pensar em depender fisicamente de alguém. Por isso, segui a dica da
e estou lendo “Outlive: A arte e a ciência de viver mais e melhor”, de Peter Attia. O livro é um tratado de 480 páginas sobre o que o autor intitula de “Medicina 3.0”.Attia critica a medicina tradicional no tratamento de doenças relacionadas ao envelhecimento, como doenças cardíacas, câncer, doenças neurodegenerativas e diabetes tipo 2. Ele argumenta que os tratamentos são frequentemente tardios, focados na longevidade em detrimento da qualidade de vida. Attia propõe métodos individualizados que abordem os problemas antes dos sintomas aparecerem.
Eu estou gostando da leitura, que é gostosa, e da linha de pensamento de Attia, em especial porque ele não dita regras e nem tem ar de guru. O livro faz ainda mais sentido se questionarmos os interesses da indústria farmacêutica e da própria medicina.
A medicina na Alemanha
A Alemanha tem uma cultura diferente de medicina preventiva em relação a que temos no Brasil. A fitoterapia reina nos consultórios alemães. A antropofasia vem atrás. Sempre voltamos de uma consulta com uma receita de “chazinho” nas mãos.
No meio da pandemia eu tive o momento drástico em me sentir sem energia de sair da cama. Receei estar deprimida, mas como não é possível marcar uma consulta com um psiquiatra antes de ir na médica da família, eu marquei uma consulta com a minha. Ela pediu alguns exames de sangue e questionou como estavam os meus dias. “Exercício físico? E a alimentação? Não sai de casa? Ah, precisa sair. Vai pedalar, dê um jeito de fazer exercícios físico e vá passear na natureza.”
O checkup é feito a cada três anos e anualmente a partir dos 50 anos. Quando fiz 50 anos, recebi duas cartas, uma pedindo para marcar exame de câncer de intestino, e a outra com uma consulta marcada para fazer mamografia que, aqui, se faz somente a partir dos 50 anos.
Vindo do Brasil, a gente questiona o tempo todo sobre esse modelo. Como assim checkup a cada 3 anos? No entanto, olhamos em volta e vemos uma população idosa ativa se virando sozinha. Então tem algo dando certo.
“Susana no banho”
Visitei uma exposição intitulada "Anbaden", que tinha como ponto de partida a representação de "Susana no Banho", desde mestres como Dürer, Rubens e Renoir até artistas contemporâneos. Tinha, inclusive, a primeira fotografia da história retocada com photoshop, 'Jennifer in Paradise', com diferentes tratamentos.
A exposição destacava como a tradição de representar o corpo nu feminino no contexto da água evoluiu ao longo do tempo. Enquanto no passado ele era considerado um símbolo de fertilidade e objeto de desejo, hoje as perspectivas contemporâneas questionam essa objetificação do corpo feminino em todas as suas formas.
"Susana no Banho" é baseada na história bíblica de "Susana e os Anciãos", na qual a personagem Susana é observada por dois anciãos enquanto toma banho. Quando eles tentam tocá-la, Susana resiste, mas é falsamente acusada de adultério, o que era punível na época. Essa história tão antiga já provoca questionamentos sobre estruturas patriarcais Seria ele o primeiro incidente histórico do movimento "MeToo"?
Foi nessa exposição que conheci o trabalho da fotógrafa britânica Juno Calypso, que cria autorretratos altamente estilizados de seu alter ego fictício chamado 'Joyce'. Através dessas imagens cinematográficas e estranhas, Calypso aborda temas como solidão e feminilidade.
Eu gosto muito de artistas que usam o próprio corpo como objeto e/ou exploram o alter ego em suas obras. A lista é ampla, incluindo nomes como Cindy Sherman, Orlan, Francesca Woodman, Yayoi Kusama, Lorna Simpson, Ana Mendieta (não deixem de ver a exposição dela no Sesc Pompeia), bem como as artistas brasileiras como Uýra, Nídia Aranha, A TRANSÄLIEN, Andressa Cantergiani, entre outras.
É interessante notar que a primeira obra da história a retratar "Susana e os Anciãos" é uma pintura a óleo de 1660, atribuída à uma mulher, a Artemisia Gentileschi, que a produziu quando tinha apenas 17 anos de idade.
A exposição fez também uma conexão com um episódio ocorrido em Berlim, em que uma mulher foi repreendida por um segurança por estar de topless em uma piscina pública. Como assim homem pode ficar só com a parte debaixo da roupa de banho e eu não? Ela não aceitou a bronca, a notícia se espalhou e resultou em protestos. No início do ano conquistamos o direito de usar apenas a parte de baixo do biquíni nas piscinas públicas da cidade. Recomendo a leitura dessa crônica escrita pela Nina Lemos sobre o assunto.
Por fim, deixo essa lista ótima com 23 artistas emergentes no Brasil para ficar de olho.
Comunidades & Música: OPIA
O islandês Ólafur Arnalds esteve em outubro em Berlim para o seu novo show "OPIA presents: Ólafur Arnalds & Friends".
Casa lotada. Ólafur entrou tímido no palco para contar que seria uma noite de improvisos. Com ele, amigos e colaboradores, incluindo sua esposa, a Sandrayati, dona de uma voz maravilhosa.
O Ólafur criou em 2019 um festival chamado OPIA, que rolou no Southbank Centre. Foi sucesso, mas aí veio a pandemia e o projeto pausou. O OPIA acabou se transformando em uma comunidade online que não parou de crescer. O ano 2023 marcou seu renascimento como um festival itinerante, uma gravadora e uma comunidade para projetos colaborativos. Olha o que ele diz a respeito:
"Vindo da cena musical pequena e próxima da Islândia, a comunidade e a colaboração na música sempre foram de grande importância para minha produção criativa. Nesta era de algoritmos de streaming e desconexão social, eu queria estabelecer um lugar para se encontrar, conversar e criar, inspirar e ser inspirado. Essa foi a ideia por trás do primeiro OPIA, e estou extasiado por finalmente trazê-lo de volta neste novo formato." - Ólafur Arnalds
Foram quase três horas de show com um intervalo, uma noite cheia de surpresas com apresentações solo, incluindo uma do próprio Ólafur, outra da Sofi Paez, da JFDR, do Dustin O'Halloran e do Talos, artista irlandês que Ólafur conheceu durante uma residência artística em Cork, entre outros. Na segunda parte da noite, os artistas foram aos poucos se reunindo no palco ao redor de Ólafur, me lembrando especiais de Natal, mas com ótima música.
No fim das contas, eu adorei o conceito da comunidade, que hoje conta com quase 4 mil participantes, e de voltar a ser um festival itinerante, pois assim dá oportunidade a artistas locais ganharem maior projeção artística ao tocarem ao lado de um artista já consagrado.
No último dia 6 anunciaram que irão fazer festivais maiores, no formato que rolou em 2019, apresentando uma programação multidisciplinar com até 15 apresentações, entre música, filme, dança, etc.
Sorte a minha que o projeto foi relançado em Berlim. Deixo esse vídeo gravado no dia mais curto do ano, hoje um dos dias mais melancólicos para mim pela ausência de luz, a qual eu sinto falta dela na pele. Estarei na Noruege no próximo solstício de inverno, ou seja, estarei rastejando na lama.
Decolonizando o gosto musical
Berlim tem uma cena bem diversa quando falamos sobre música. A maioria das regiões do mundo tem sua representação artística por aqui. Berlim é um caldeirão musical cremoso.
Em outubro, eu fui a um festival dedicado à música produzida no Oriente Médio e Norte da África. Pequeno e com um lineup grandioso.
O que me levou a ele foi a artista tunisiana Deena Abdelwahed, que apresentou seu novo álbum "Jbal Rsas". Diferentemente do show que vi no Sónar, esse foi em um palco intimista em uma sala cheia de velas espalhadas e tapetes no chão. Outro rolê!
Ela cantou mais neste show do que no anterior que assisti. Sua voz é embalada por misturas de gêneros e instrumentos árabes tradicionais, como o mahraganat egípcio, canções de casamento shaabi e ritmos folclóricos, misturados com batidas eletrônicas sombrias e texturas metálicas de bateria eletrônica. O resultado é soturno e ao mesmo tempo dançante. Todos se levantaram e a pista ficou animada. Deixo aqui uma live que ela fez para o Arte Concert.
No show seguinte, eu me surpreendi com a live de Sara Dziri com a solista italiana Valentina Bellanova, que toca um instrumento chamado Ney, uma espécie de flauta turca inventada há mais de 4 mil anos. Juntas, as duas artistas criaram uma zona sonora crepuscular onde a música eletrônica e a tradicional, Oriente e Ocidente, Berlim e o deserto, se conectaram e se fundiram em uma noite fria de lua cheia. O álbum apresentado é a trilha sonora dessa edição da Espiral.
Tenho gostado cada vez mais de decolonizar meu gosto musical. Esses dias um amigo disse: "Mas Lalai, você não gosta de música brasileira". Eu me envergonho, mas demorei para prestar atenção nela. Hoje conheço bastante coisa, mas estou longe de ser expert no assunto. Sigo me (re)educando.
Arte do Canadá, da Argentina e da Noruega
Vi poucas exposições em outubro, mas uma delas foi uma retrospectiva do coletivo canadense General Idea, composto por Jorge Zontal, Felix Partz e o ainda vivo AA Bronson.
De 1969 a 1994, o trio transformou a vida em conjunto em uma "obra de arte viva", apresentada através de performances, objetos, vídeos e publicações, com o lema "a imagem é um vírus". Suas obras abordam o consumismo, o poder patriarcal e o progresso tecnológico. Eles discutiam a questão de gênero no início dos anos 1970 através de uma abordagem irônica influenciada pela linguagem publicitária. O conjunto da obra é também bastante burocrático, o que denota essa ironia em toda a obra do trio.
Na década de 1980, o General Idea concentrou-se no mercado de arte em expansão com uma política queer explícita. Em 1987, iniciaram o projeto "IMAGEVIRUS", modificando a obra "LOVE" de Robert Indiana para "LOVE" de Robert Indiana para ler "AIDS", que tiraria a vida de Zontal e Partz em 1994. Eles retornaram à ideia da imagem como vírus, apontando para formas alternativas de viver e morrer. A exposição estará em cartaz no Gropius Bau até 14 de janeiro, 2024.
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A artista argentina indígena, não-binária, La Chola Poblete, nascida como Mauricio Poblete em 1989, foi premiada como a melhor artista de 2023 pelo Deutsche Bank. A exposição que ganhou por conta do prêmio, intitulada Guaymallén, é bem potente e contudente. Através de aquarelas, esculturas, instalações e performances, ela reflete sobre suas raízes indígenas e queer e se opõe ao estereotipamento e à exotificação dos povos indígenas. A exposição segue até 05 de fevereiro, 2024, no Palais Populaire.
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Por último, fui na exposição do Edvard Munch, a qual falei a respeito na última Espiral. Mesmo que tenha sido uma obra de outro artista que tenha me arrebatado, eu amei a exposição, em especial por conhecer o período em que Munch viveu em Berlim e como a cidade impactou em sua obra.
Foi interessante também ver as fotografias que Munch fazia como registro pessoal de suas exposições e do dia a dia em Berlim, além da sua descoberta do processo de impressão, em Berlim, que o levou a experimentar outros formatos artísticos. No próximo dia 18, a exposição ganha um desdobramento no Museu Barberini, em Potsdam.
Berlim: vamos falar sobre o Mauerpark…
O Mauerpark, que significa Parque do Muro, é um dos parques mais concorridos e turísticos de Berlim. Na época do muro, essa área abrigava a faixa da morte e com a queda, se transformou em um parque. Em 1994 o parque foi inaugurado. A curiosidade é que o governo na época não teve recursos financeiros para construir na área ocidental, que ficou abandonada.
Por coincidência, fica atrás da minha casa. O parque é, aos domingos, uma grande amostra da diversidade de Berlim.
Foi reformado durante a pandemia, incluindo a parte ocidental que seguia abandonada. Ficou arborizado, ganhou um ótimo playground para crianças, skatepark, mesas de ping-pong, vias asfaltadas, horta e grandes áreas gramadas, além de ter uma vista privilegiada para a antena de TV e o 'barranco', que o torna peculiar, servindo de ‘camarote’ para assistir ao pôr do sol.
Aos domingos, o Mauerpark abriga uma das maiores feiras de pulga da cidade, mercado de comida, karaokê ao vivo em seu anfiteatro e diversos shows acontecem em todos os cantos do parque. É uma fumaceira só durante o verão, pois é para o parque onde a maioria foge de seus apertados apartamentos nos finais de semana para fazer churrasco para amigos e família.
Sempre que passo por lá aos domingos, eu vejo o mesmo grupo de idosos dançando até doer o meu quadril só de olhar. Vale tudo para chamar a atenção. Tem o DJ Omlet, que toca e cozinha, enquanto serve comida de graça, com transmissão ao vivo no Instagram; tem uns grupos que sempre promovem aulas ou apresentações de street dance e breakdance. Muitos artistas, dos mais variados gêneros musicais, mas em especial da música eletrônica, buscam o seu lugar ao sol aos domingos em algum palco improvisado no Mauerpark. A sensação que tenho é de estar em um festival. Se eu estou entediada é para lá que eu sigo.
Para quem tem paciência e um bom olhar, a feirinha tem sempre peças vintage de todas as épocas vendidas a preços módicos.
Recomendo esse documentário (infelizmente só tem legenda em inglês) sobre como o Mauerpark na época do muro.
Leituras
Eu estou lendo alguns livros ao mesmo tempo. Tive a sorte de entrar numa boa safra de leituras ao mesmo tempo em que o foco fica comprometido.
O impacto das redes sociais na nossa mente e no mundo
Continuo com “A máquina do caos”, de Max Fischer. E mcada capítulo eu tenho vontade de sentar no canto da sala e chorar. Fischer disseca as redes sociais em um nível profundo. No capítulo ‘Gamergate’, ele traça a cultura tecnológica que deu origem aos fundadores das empresas de tecnologia e como ela se relaciona com o movimento Gamergate e alguns dos fóruns mais tóxicos do 4chan e Reddit, onde extremistas incels e neo-nazistas, entre outros, obtiveram seus primeiros indícios de poder e forjaram o movimento alt-right. Para ler devagar, porque é indigesta a sua pesquisa.
Estamos ainda vivendo na era pós-moderna?
Para quem gosta do tema pós-modernismo, recomendo a leitura de "Everything, All the Time, Everywhere: How We Became Postmodern", de Stuart Jeffries (ainda não traduzido para o português). Jeffries aborda diversos tópicos culturais, incluindo o hip-hop, David Bowie, Madonna, Judith Butler, Sophia Calle, Cindy Sherman, Tarantino, Netflix, Museu D’Orsay, a queda do Muro de Berlim, a cultura queer, e obras literárias como "I Love Dick". São 10 capítulos divididos em três partes, com a análise de um texto artístico, um evento político e uma obra filosófica, para entender como a cultura pop desempenhou um papel fundamental na formação da sociedade contemporânea.
"Hoje mal somos capazes de conceber a política como uma atividade comunitária, é porque nos acostumamos a ser consumidores em vez de cidadãos." - Stuart Jeffries
Lendo….
A biografia da Clarice Lispector, escrita pelo Benjamin Moser. Eu me incomodei logo no começo do livro com um trecho em que Moser fala sobre uma fotografia de Clarice com a Carolina Maria de Jesus. Posteriormente, soube que ele foi acusado de racismo pelo trecho, não quis dar entrevista, mas avisou que fez as alterações necessárias para as próximas edições. Ele é também autor de uma ótima biografia da Susan Sontag.
O Funk na Batida, de Danilo Cymrot. O livro apresenta a história do funk a partir de um viés social e político. Como diz na orelha: Não é um livro sobre o funk, mas sobre a história do Brasil. Para saber mais, indico esse bate-papo com o autor promovido pela Casa de Cultura do Parque.
Revista…
Estou apaixonada pela revista Granta - The Magazine of New Writing, que a cada edição traz fotografia, crônicas, ensaios, conto, poesia sobre um tema específico. Estou com a edição “Definitive Narratives of Escape”, que conta com tradução de “Hôtel Casanova”, de Annie Ernaux.
Na fila….
Ouvindo
Fazer o guia de fim de semana de Berlim tem me apresentado diversas novas sonoridades, porque pesquiso artistas que desconheço que vão tocar na cidade. É um ótimo exercício, pois há tempos eu não pesquisava música. Incluo link de um álbum ou DJ Set em todos os eventos de música, pois assim as pessoas sabem melhor do que se trata a festa ou o show. É, eu corto o caminho para elas, eu sou uma pessoa boazinha e com tempo sobrando mesmo! hahahaha.
Child of Sin, Kovacs, cantora holandesa bem pop-noir bem dramático;
Lost Girls, Selvutsletter, duo norueguês que produz um eletrônico viajandão com guitarra drone e a voz super sensual de Jenny Hval;
Disko Anksiyete, She Past Away, uma banda turca de dark-wave;
Heaving, Lucy Krueger & Lost Boys, uma sul-africana baseada em Berlim produzindo um som bem esquisito, noisy;
Gaber Modus Operandis, uma dupla da Indonésia que faz um som experimental bem barulhento cheio de elementos da música tradicional indonésia. Não é para qualquer um;
Two Lanes, uma live de piano com música eletrônica lindíssima dos dois irmãos alemães que moram em Berlim.
Filmes & Séries
Vi três filmes no MUBI que gostei muito:
Passagens (2023/França), direção Ira Sachs, com um elenco internacional. O filme conta a história de um casal gay que está passando por uma crise e um deles se apaixona por uma mulher. Se você já passou por uma relação tóxica, vai ser de embrulhar o estômago.
Do Outro Lado (2007/Alemanha-Turquia), direção de Fatih Akin.
Por hoje é isso. Estourei o espaço da newsletter. Manda um oi contando o que achou do novo formato. Embora eu faça um esforço para ser menos prolixa, confesso ter ainda muita dificuldade, mas um dia eu chego lá.
Já quero trocar figurinhas sobre dr. Attia, esse homem abriu um buraco na minha mente – e, assim que eu tomar coragem, também sobre A Máquina do Caos, que está nas minhas amostras do Kindle e eu simplesmente não consegui encarar ainda. Amei saber das diferenças da medicina na Alemanha. Acho que no fundo, por mais que eu seja defensora/entusiasta dos checkups anuais, o estilo de vida realmente larga na frente: e vejo o estilo de vida brasileiro se aproximar cada vez mais do adoecedor estilo de vida americano em muitos aspectos.
Gostei do novo formato tb. Sempre bom te ler 💛