Desconfio que o arroz que vc pediu era o congee que os chineses amam e chama 粥 🥣. Pra piorar, falar “comer zhou” e “beber álcool” é quase a mesma coisa (considerando nossa dificuldade cognitiva para diferenciar tons). Hoje eu riu, mas já chorei muito. E passei meses bebendo o mesmo café (americano, que eu odiava) porque não conseguia pedir coado. Quando aprendi me perguntaram se eu queria quente ou frio e eu queria só falar: só quero café, vc já entendeu que é isso, só me dá meu café! 🤯
Por fim, a procrastinação (vou deixar pra outro dia)
Eu não poderia me identificar mais com este texto. Comprar pão era um problema na China. Eu ia sempre de bicicleta até o local pra apontar o que eu queria e não ter que usar nada de chinês. Um dia eu precisava de pão e estava me contorcendo de cólica, então usei o app em inglês e pedi feliz e contente. Mas eu morava numa espécie de labirinto e o entregador (que não falava inglês) não achava minha casa. Entre ligações da loja com tradução e muita confusão, passadas quase duas horas o pão chegou. Eu não conseguia nem usar o pagamento eletrônico (em chinês) pra dar uma boa gorjeta pro entregador. Na China o pagamento em papel caiu em desuso.
Eu também aprendi a decifrar os caracteres pra pedir comida (os cardápios sempre estavam no QR Code). 菜 era vegetal, 肉 carne e 豆腐 tofu. Eu evitava qualquer coisa parecida com 肠 porque indicava algum miúdo, mas uma vez pedi uma coisa que achei que fosse salada de rabanete e veio nabo
Já vou fazer uma cola dos caracteres para pedir comida. Aliás, um amigo acabou de voltar do Japão e disse que se comunicou super bem usando o inglês com sotaque em japonês, como "toilet" = "toirê". Eu amei!!! Porque no Japão eu sofri horrores com a comunicação e comi coisas inimagináveis por erro na comunicação.
Gente, e se essa história virar o segundo livro das crônicas de um brasileiro em Berlim, hein? Tem potencial! Olha só, ano passado eu me dediquei a pelo menos entender o básico em alemão. E usando o curso (gratuito!) da DW, estou sendo bem sucedida. Acabei de voltar de Munique e da Áustria e ando mais confiante do que nunca, dizendo endereços nos táxis sem cara de interrogação dos taxistas e pedindo toda a comida em alemão traduzindo ainda coisa para os amigos na viagem. E minha colega de trabalho austríaca disse que minha pronúncia de Sprudelwasser é igual a de um alemão. Talvez porque minha bebida favorita é água com gás? Não sei, mas ninguém acredita que tô fazendo pela DW. E eles trazem todo o aspecto cultural, tenta!
Apenas vislumbro seu perrengue. Quando fui à Paris da primeira vez, nos tempos pré-internet, não conseguia pedir água em um mercadinho. Em outra situação, havia um menu que era tão inexpugnável que até a tradução para inglês não me ajudou. Acabou que pedi "scallops" achando que fosse algum tipo de carne bovina, pelo menos experimentei algo novo e que gostei muito.
É, pré internet as coisas eram realmente muito difíceis. Como vivíamos? Eu errei um bocado na época, mas por conta disso também experimentei coisas novas que talvez não teria experimentado de outro jeito (como vc citou).
Bacana, ficou legal o header! rs Eu dei um tempo nos textos por conta de trabalho e de me dedicar aos meus NFTs em Tezos, no Versum, que adoro. Tem sido bom o lance... rs Excelente texto, viu?
Obrigada! Olha só, eu também ando bem mergulhada no universo dos NFTs.... inclusive estou trabalhando na produção da conferência NFTBerlin. Dá uma olhadinha: https://nftberlin.org/
querida Lalai. Já escrevi outras vezes, mas parece que são tantas escritas que passa batido. Se passar batido de novo, azar, não meu. Dou aulas de alemão. Meus alunos aprendem principalmente o seu maior desafio. A destravar a língua. Se quiser, lhe dou uma aula grátis como test-drive. Rogerio, amigo seu, pode dar referencias a meu respeito. Chiquinho também. abraços e boa sorte. E garanto: dá para respirar em paz nessa cidade (enquanto não é inverno).
cheguei em Munique faz dois meses e sinto a mesma crise. cheguei a entrar e sair de um cafe porque nao tive coragem de pedir nada e me senti muito envergonhada pra falar qualquer coisa. é realmente uma sensaçao de impotencia, mas tenho tentado pensar que isso tambem me da liberdade de simplesmente nao ligar pro que os outros pensam ja que nao entendo o que eles pensam haha. espero que a gente saia do nosso analfabetismo e consiga pedir o pão que queremos sem tanto medo!
Te entendo.. estudei muito, foram 3 anos. entendo muita coisa, consigo falar bastante coisa mas parece que tem uma barreira da lingua que eu não consigo passar, a comunicação não funciona, a conversa não anda.. e as vezes nem sei que língua estão falando..
Não sei se é Berlin com toda essa mistura maluca ou se sou eu que preciso estudar ainda muito mais. Mas uma coisa é certa, no final me sinto com esse mesmo sentimento de analfabeto.
Conversar deve ser mais difícil, né? Pq envolve se expressar além de se fazer entender. Vc deve arrasar que eu sei! Esperando vc me levar pra passear. 🙃
Desconfio que o arroz que vc pediu era o congee que os chineses amam e chama 粥 🥣. Pra piorar, falar “comer zhou” e “beber álcool” é quase a mesma coisa (considerando nossa dificuldade cognitiva para diferenciar tons). Hoje eu riu, mas já chorei muito. E passei meses bebendo o mesmo café (americano, que eu odiava) porque não conseguia pedir coado. Quando aprendi me perguntaram se eu queria quente ou frio e eu queria só falar: só quero café, vc já entendeu que é isso, só me dá meu café! 🤯
Por fim, a procrastinação (vou deixar pra outro dia)
Eu não poderia me identificar mais com este texto. Comprar pão era um problema na China. Eu ia sempre de bicicleta até o local pra apontar o que eu queria e não ter que usar nada de chinês. Um dia eu precisava de pão e estava me contorcendo de cólica, então usei o app em inglês e pedi feliz e contente. Mas eu morava numa espécie de labirinto e o entregador (que não falava inglês) não achava minha casa. Entre ligações da loja com tradução e muita confusão, passadas quase duas horas o pão chegou. Eu não conseguia nem usar o pagamento eletrônico (em chinês) pra dar uma boa gorjeta pro entregador. Na China o pagamento em papel caiu em desuso.
Eu também aprendi a decifrar os caracteres pra pedir comida (os cardápios sempre estavam no QR Code). 菜 era vegetal, 肉 carne e 豆腐 tofu. Eu evitava qualquer coisa parecida com 肠 porque indicava algum miúdo, mas uma vez pedi uma coisa que achei que fosse salada de rabanete e veio nabo
Já vou fazer uma cola dos caracteres para pedir comida. Aliás, um amigo acabou de voltar do Japão e disse que se comunicou super bem usando o inglês com sotaque em japonês, como "toilet" = "toirê". Eu amei!!! Porque no Japão eu sofri horrores com a comunicação e comi coisas inimagináveis por erro na comunicação.
Gente, e se essa história virar o segundo livro das crônicas de um brasileiro em Berlim, hein? Tem potencial! Olha só, ano passado eu me dediquei a pelo menos entender o básico em alemão. E usando o curso (gratuito!) da DW, estou sendo bem sucedida. Acabei de voltar de Munique e da Áustria e ando mais confiante do que nunca, dizendo endereços nos táxis sem cara de interrogação dos taxistas e pedindo toda a comida em alemão traduzindo ainda coisa para os amigos na viagem. E minha colega de trabalho austríaca disse que minha pronúncia de Sprudelwasser é igual a de um alemão. Talvez porque minha bebida favorita é água com gás? Não sei, mas ninguém acredita que tô fazendo pela DW. E eles trazem todo o aspecto cultural, tenta!
Hahahaha Lalai Ribeiro! Hahahahaha
Eu vi esse curso, mas nunca fucei muito nele. Não sou muito disciplinada, mas vou me jogar. 🤗
Apenas vislumbro seu perrengue. Quando fui à Paris da primeira vez, nos tempos pré-internet, não conseguia pedir água em um mercadinho. Em outra situação, havia um menu que era tão inexpugnável que até a tradução para inglês não me ajudou. Acabou que pedi "scallops" achando que fosse algum tipo de carne bovina, pelo menos experimentei algo novo e que gostei muito.
É, pré internet as coisas eram realmente muito difíceis. Como vivíamos? Eu errei um bocado na época, mas por conta disso também experimentei coisas novas que talvez não teria experimentado de outro jeito (como vc citou).
Bacana, ficou legal o header! rs Eu dei um tempo nos textos por conta de trabalho e de me dedicar aos meus NFTs em Tezos, no Versum, que adoro. Tem sido bom o lance... rs Excelente texto, viu?
Obrigada! Olha só, eu também ando bem mergulhada no universo dos NFTs.... inclusive estou trabalhando na produção da conferência NFTBerlin. Dá uma olhadinha: https://nftberlin.org/
Bastante interessante. Gostei. Meus NFTS (a maioria sold out!) no Versum estão aqui: https://versum.xyz/user/tz1Tndok9YMFCbgxMr6aQpFpNW5pKGLjR9G6/created
querida Lalai. Já escrevi outras vezes, mas parece que são tantas escritas que passa batido. Se passar batido de novo, azar, não meu. Dou aulas de alemão. Meus alunos aprendem principalmente o seu maior desafio. A destravar a língua. Se quiser, lhe dou uma aula grátis como test-drive. Rogerio, amigo seu, pode dar referencias a meu respeito. Chiquinho também. abraços e boa sorte. E garanto: dá para respirar em paz nessa cidade (enquanto não é inverno).
Ufa, inverno só daqui alguns longos meses! Podemos armar essa aula. Vou adorar :)
Lalai, guten Morgen. Es freut mich, dir zu helfen. Ich benutze Zoom. Sag mir bitte, wann es dir lieber wäre. Du findest mich unter der Nummer plus fünfundfünfzig elf neun neun acht fünfundneunzig, null drei fünfundvierzig. (whatsapp) Walter Tabax (oder https://www.superprof.com.br/aprenda-alemao-forma-criativa-arrojada-mundo-real-virtual.html)
ou ainda, pede pro Rogerio de Almeida meu contato, se for mais fácil.
Não sei quem é ele 🥺
ué. ele que me apresentou tu. fica um email caso nada dê certo - tabax at alumni.usp.br
cheguei em Munique faz dois meses e sinto a mesma crise. cheguei a entrar e sair de um cafe porque nao tive coragem de pedir nada e me senti muito envergonhada pra falar qualquer coisa. é realmente uma sensaçao de impotencia, mas tenho tentado pensar que isso tambem me da liberdade de simplesmente nao ligar pro que os outros pensam ja que nao entendo o que eles pensam haha. espero que a gente saia do nosso analfabetismo e consiga pedir o pão que queremos sem tanto medo!
Hahaha, eu já entrei e saí de cafés também pelo mesmo motivo, além de ter fugido uma vez de uma loja de queijo. Seguimos :)
Te entendo.. estudei muito, foram 3 anos. entendo muita coisa, consigo falar bastante coisa mas parece que tem uma barreira da lingua que eu não consigo passar, a comunicação não funciona, a conversa não anda.. e as vezes nem sei que língua estão falando..
Não sei se é Berlin com toda essa mistura maluca ou se sou eu que preciso estudar ainda muito mais. Mas uma coisa é certa, no final me sinto com esse mesmo sentimento de analfabeto.
Conversar deve ser mais difícil, né? Pq envolve se expressar além de se fazer entender. Vc deve arrasar que eu sei! Esperando vc me levar pra passear. 🙃